A arte de Constantin Brancusi

Fonte: Brancusi

O escultor romeno Constantin Brancusi, (1876-1957) foi uma figura central do movimento moderno e um pioneiro da abstracção. As suas esculturas destacam-se pela elegância visual e a utilização sensível dos materiais, combinando o esculpir directo do camponês com a sofisticação avant-garde parisiense. Após frequentar a Escola de Belas-Artes em Bucareste e ficar a conhecer a escultura de Auguste Rodin, Brancusi viajou para Paris em 1904. Criou a sua primeira grande obra "O Beijo", em 1908. A partir daí, as suas obras tornaram-se cada vez mais abstractas, desde a cabeça sem corpo da "Musa Adormecida" até à escultura "Princípio do Mundo", sem forma alguma, desde a figura formal da ave lendária "Maiastra" até às numerosas versões da etérea "Ave no Espaço". A escultura de Brancusi ganhou notoriedade internacional na Exposição de Nova Iorque em 1913, cidade que ele visitou quatro vezes e onde o seu trabalho era frequentemente exibido.
No seu estúdio em Paris, na 8 Impasse Ronsin, Brancusi devotava grande atenção aos arranjos das suas esculturas, documentando os trabalhos individuais e respectiva instalação num importante conjunto de fotografias. Isamu Noguchi trabalhou como assistente de Brancusi em 1927 e Brancusi ensinou-o a esculpir a pedra e a madeira. Nos anos 30, Brancusi trabalhou em dois ambiciosos projectos de esculturas públicas, um templo inacabado na Índia para o Marajá de Indore e a instalação em Tirgu Jiu, Roménia, do seu "Portão do Beijo", "Mesa do Silêncio" e uma versão em ferro de 30 metros da sua "Coluna sem Fim", um monumento à 1ª Guerra Mundial. Na hora da sua morte, deixou o conteúdo do seu estúdio ao Museu de Arte da Cidade de Paris, com a condição de que o estúdio fosse instalado intacto dentro do Museu.