sábado, março 6

Ecopista premiada

Publicado em: National Geographic Portugal, Março 2010

No final do século XIX, a via-férrea encurtou as distâncias entre as povoações portuguesas. Volvidos cerca de cem anos, a racionalização da exploração ferroviária impôs o encerramento de várias linhas. Vinte por cento da rede ferroviária nacional, correspondente a 710km, está agora desactivada.
Com o tempo, os corredores ferroviários abandonados têm vindo a ser transformados em ecopistas, caminhos pedonais para veículos não motorizados, como as bicicletas, os patins e os skates.
A Associação Europeia Greenways distinguiu no final do ano passado a ecopista do rio Minho com um galardão de sustentabilidade.
Pioneira em Portugal, esta ecopista foi inaugurada em Novembro de 2004 e aproveita a antiga linha de caminho-de-ferro entre Valença e Monção, numa extensão de 13 quilómetros.
Transformada em centro interpretativo, a velha Casa da Vigia acolhe os visitantes e aguça o apetite para o passeio ao longo do rio. Dado que o antigo corredor ferroviário atravessa espaços incluídos na Rede Natura 2000, a ecopista surge como a forma mais adequada para desbravar esses territórios.
Com o apoio da REFER, já existem dez ecopistas activas em todo o país e há planos para converter mais seis na linha do Tua, do Tâmega, em Portalegre, no ramal de Moura e nos troços Estremoz-Vila Viçosa e Évora-Reguengos. As ecopistas não podem apresentar declives superiores a 3%, nem permitir o acesso a veículos motorizados. Têm de ser independentes em relação a outras vias e assegurar a continuidade do uso público da via.

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